19 novembro 2010

Só uma pergunta...

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É em situações extremas que conhecemos as nossas próprias fraquezas.

Apenas uma pergunta em que te é pedido que respondas com sinceridade, para poderes auto-avaliar os teus princípios morais.

Trata-se de uma situação imaginária.


Estás em plena baixa de Lisboa, no meio do caos causado pelas cheias que ocorrem em épocas de chuvas mais intensas. Tens a tua máquina fotográfica, trabalhas para a "Time" e estás a tirar as fotos de maior impacto.

No meio daquela tragédia, vês José Sócrates num carro, lutando desesperadamente para não ser arrastado pela corrente, entre destroços e lodo...

Sócrates acaba por ser arrastado pela corrente e tens a oportunidade de o resgatar ou de tirares a fotografia que te traria fama e muito dinheiro.

Com base nos teus princípios éticos e morais, responde sinceramente:

Tiravas a foto a cores ou a preto e branco?

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17 novembro 2010

O alentejano que foi admitido pela CIA

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A CIA resolveu recrutar um atirador.
Após uma série de selecções, entrevistas e testes, escolheram três candidatos:
Um francês, um inglês e um alentejano.

Para a prova final, os agentes da CIA colocaram os candidatos diante de uma porta metálica e entregaram-lhes uma pistola.

-Queremos ter a certeza de que seguem as instruções, quaisquer que sejam as circunstâncias.

Dizem então ao francês:
- Por detrás desta porta você vai encontrar a sua mulher sentada numa cadeira.. Terá que a matar!
- Estão a falar a sério?
Eu jamais mataria a minha mulher!
- Então você não serve, responde o agente.

Ao inglês deram as mesmas instruções.
Pegou na arma e entrou na sala.
Durante 5 minutos, tudo muito calmo.
Depois regressou com as lágrimas nos olhos.
- Tentei, mas não posso matar a minha mulher.
- Você também não está preparado para trabalhar nesta agência.
Pegue na sua mulher e vá-se embora.

Chegou enfim a vez do alentejano!
Deram-lhe as mesmas instruções, indicando-lhe que teria de matar a sua mulher. Ouviram-se tiros, um estrondo e depois outro...
A seguir ouvem-se gritos, barulhos de móveis partir, ...
Após alguns minutos fica tudo muito calmo..

A porta abre-se lentamente e o alentejano sai, limpa o suor e diz:

- Vocês bem me podiam ter dito que os tiros eram de pólvora seca! Tive que a matar com a cadeira.
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08 novembro 2010

O País Perdeu a Inteligência

O País Perdeu a Inteligência e a Consciência Moral

O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão
dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única
direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem
instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe
nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos
homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e
na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a
uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos
todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver
espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade
arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés.
A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha, A indústria
enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na
sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo."

Eça de Queirós (1871)

Mas parece hoje !
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Como seria em Portugal ?

UM GRUPO DE 33 MINEIROS PORTUGUESES FICOU ENTERRADO, A 500 METROS DE
PROFUNDIDADE, EM PLENA MINA DE ALJUSTREL.

1) Cria-se uma comissão para iniciar as tarefas de resgate, integrada por 20
membros do PS e 19 da oposição. Cada membro contará por sua vez com 5
assessores, dois secretários e um motorista. As tarefas demoram porque não
se consegue quórum para reunir e logo não há acordo para designar o
Presidente e os vogais da Comissão.

2) O Primeiro-Ministro inteira-se desde logo da situação, e fala ao País, na
RTP, afirmando que o acidente foi provocado pela crise internacional e pelo
nervosismo dos mercados. À mesma hora o líder da oposição fala na SIC,
afirmando que o acidente é da inteira responsabilidade do Governo, a quem
compete encontrar soluções para fazer o resgate.

3) Uma Informação prestada pelo Ministro Jorge Lacão assegura que a
profundidade não é tanta, trata-se da imaginação da oposição para criticar o
governo, uma vez que pelos cálculos governamentais são no máximo 200m. Paulo
Portas afirma na TVI que tem informação segura que os mineiros se encontram
a 700 metros de profundidade e que o Governo está a manipular os factos.

4) Não há fundos para as tarefas de resgate pelo que será criada uma taxa
específica para esta operação. Suspeita-se que a taxa seja cobrada nos
próximos quinze anos.

5) Para além desta taxa, solicita-se um fundo patriótico para o restante,
proveniente do Fundo de Pensões das Companhias de Seguros. Para a boa gestão
dos fundos e como o túnel é uma Obra Pública é nomeado Mário Lino.

6) OS EUA emprestam a grua de resgate, que desembarca em Vigo, devido às
suas dimensões, mas esta não chega a entrar em Portugal porque, na
fronteira, a SCUT está com barreiras de utentes em protesto pelo pagamento
de portagens.

7) Uma vez libertada a grua pelo Corpo de Intervenção da PSP, os
funcionários da alfândega exigem o pagamento de horas extraordinárias, única
forma de dar a autorização para a importação no prazo de 120 dias. A
concelhia do PS promete o desalfandegamento imediato da grua mediante o
pagamento prévio de umas caixas de robalo ao Dr. Armando Vara, nomeado como
Presidente da Fundação para o Auxílio aos Mineiros.

8) A grua não pode chegar à mina porque o condutor pertence ao sindicato dos
operadores portuários e, tendo 4 rodas, deve ser conduzida por um motorista
de pesados e sob a supervisão dos inspectores do Instituto da Mobilidade e
dos Transportes Terrestres (IMTT). No entanto, como este Instituto está em
reestruturação, não pode nomear os inspectores pois ainda não fazem parte do
seu quadro.

9) O Prós e Contras da RTP promete trazer um mineiro para o programa, mas a
TVI oferece mais para o ter na Casa dos Segredos. Em consequência, gera-se
um grande problema entre a Prisa, o Governo e a PT. É criada uma Comissão de
Inquérito na AR, presidida por Pacheco Pereira. Mário Crespo e Ernani Lopes,
são convocados para prestar declarações.

10) Finalmente consegue-se fazer chegar uma mini câmara de TV ao fundo da
mina mas não se conseguem ver os mineiros. A Câmara passa a transmitir
Manuel Luís Goucha e Futebol.

11) A grua consegue chegar à mina ao fim de mais dois meses. A IMTT teve de
solicitar vários pareceres externos para definir o procedimento de
atribuição da matrícula para a grua poder circular. A GNR-BT tinha-a
apreendido por circular sem a documentação necessária, mas entretanto o
Governo interpôs uma providência cautelar para libertar a grua em tempo
útil.

12) Jerónimo de Sousa anuncia que os mineiros pertencem ao PCP e por isso o
governo está a protelar o seu salvamento para não participarem nas eleições
para a Presidência da República.

13) O Bloco de Esquerda repudia a grua por ser de fabrico americano, não se
podendo tolerar a sua utilização enquanto continuar o massacre americano em
Bagdad e Kabul.

14) A Grua e começa a fazer descer a cápsula, mas o cabo parte-se. O DIAP
investiga irregularidades na compra do material mas não consegue ouvir os
responsáveis. O Tribunal de Contas descobre que se comprou o cabo de pior
qualidade mas que se pagou o preço dum modelo revestido a ouro. O dossier
chega ao PGR que ordena o urgente arquivamento de todo o processo. O
Conselho de Magistratura pede a revisão do arquivamento para o Supremo
Tribunal solicitando a destituição do Ministro da Justiça. O Sindicato dos
Juízes dá uma conferência de imprensa, onde afirma que tudo isto não passa
de um ataque do PM à Magistratura.

15) Chega uma ordem para que se detenha o resgate até que cheguem ao local
os gorros e casacos que os mineiros terão de vestir antes de chegar à
superfície. O assessor do PR encomenda uma campanha ao Público, dizendo
estar na posse de uma escuta onde fonte fidedigna afirma que as camisolas
tinham a legenda: "Obrigado José Sócrates!".

16) Finalmente ao fim de dois anos e meio resgata-se o primeiro mineiro.
Surpresa mundial: era o único que tinha ido trabalhar. Os restantes 32 eram
beneficiários do RSI e tinham ido à mina para justificar o seu recebimento.

17) O mineiro resgatado lê o jornal com as notícias sobre o Orçamento de
Estado , o Apito Dourado e a Face Oculta. Pede que o devolvam aos 500
metros de profundidade.

Afirma que a vida lá em baixo é bastante mais tranquila.
...

Carta de um cliente ao seu (dele) banco

Aplicável a qualquer banco

Exmos. Senhores Administradores do (banco)

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa
mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência
do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro
desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma
pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico,
tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito
extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os
proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta
qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto
adquirido (um pão, um remédio, uns litro de combustível, etc.) o usuário
pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente
acima do preço de mercado.

Que tal?

Pois, ontem saí do (banco) com a certeza que os senhores concordariam com tais
taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de
um raciocínio simples.

Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O
padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de
embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além
disso impõe-se taxas de. Uma 'taxa de acesso ao pão', outra 'taxa por
guardar pão quente' e ainda uma 'taxa de abertura da padaria'. Tudo com
muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que
ocorreu comigo no meu Banco.

Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os
senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço
de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem
cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma 'taxa
de abertura de crédito'-equivalente àquela hipotética 'taxa de acesso ao
pão', que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar


Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui
obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse
possível, *os senhores cobram-me uma 'taxa de abertura de conta'.

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma
conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de
abertura de padaria', pois só é possível fazer negócios com o padeiro,
depois de abrir a padaria.

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como
'Papagaios'. Para gerir o 'papagaio', alguns gerentes sem escrúpulos
cobravam 'por fora', o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco
resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de
'por fora' temos muitos 'por dentro'.

*Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores
cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de
5 EUR 'para manutenção da conta' - semelhante àquela 'taxa de existência da
padaria na esquina da rua'. *

A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma
taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu
utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo.
Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quente'.

Mas os senhores são insaciáveis.

A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde
sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu
fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os
senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive
nas instalações de v/. Banco.

Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um
financiamento ou se vendi a alma?

Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam
informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é
muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande,
que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito
elevados, etc., etc., etc. *e que apesar de lamentarem muito e de nada
poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei,
regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal.* Sei disso, como sei
também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de
todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta
com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam
protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia
vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.
...